Andei lendo um monte de livro chato esses dias. Algum problema com a seleção? Ou serei eu que estou ficando chato?
Tentei ler O Pêndulo de Foucault, do Umberto Eco. Achei chato pra cacete e parei. Outro que achei chato — mas esse eu li até o fim — foi o Purgatório, do Tomás Eloy Martínez (que, acabo de descobrir, morreu outro dia). Dele eu tinha lido O cantor de Tango, que é um livro belíssimo. Já este último começa bem, parece que vai virar uma história interessantíssima, mas fica só na promessa. O livro muda o foco do que parece ser a história central e fica tratando dos absurdos da ditadura na Argentina etc.
Também larguei no meio, mas não por ser chato, o último do Saramago, Caim. Alguém aqui já ficou, como dizer, magoado com um autor? Pois eu estou magoado com o Saramago. Meu escritor predileto escreveu um livro repugnante. Ele escreve bem, claro, mas Caim não é um romance: é um tratado quase meramente teórico sobre o tanto que Saramago detesta Deus e a religião. Eu não sou nenhum fundamentalista, li O evangelho segundo Jesus Cristo e achei ótimo. Mas aqui não: neste último o cara chega ao nível mais baixo que eu já vi em assuntos ateísticos. Ele distorce tudo, mistura, mente, xinga, páginas e páginas pra ele manifestar ódio ateu. Fiquei com tanta raiva que joguei o livro fora. Espero que o velhinho escreva alguma coisa pra se redimir comigo antes de morrer.
Tem mais: li A grande arte, do Rubem Fonseca, e achei chato. Começa bem, mas desanda. Conheço gente que ama de paixão esse livro, então começo realmente a desconfiar que eu é que estou chato. Não, espera, eu também li o último dele, O seminarista, e gostei bastante.
E por falar em gostar, nunca tinha lido nada do Mia Couto. Aliás, até pouco tempo achava que Mia Couto era uma mulher (mais ou menos assim como todo o mundo acha de Ezra Pound). Mas fui ler Antes de nascer o mundo e, a despeito de ter achado algumas coisas chatas (ai, ai), gostei muito, já comprei outro dele e vou sair lendo o que encontrar pela frente. Fazia tempo que eu não, digamos, descobria um autor. Alguém sobre quem nunca estudei, não sei qual é o estilo, não li resenhas nem sei nada sobre a vida dele. Assim é que é bom. Recentemente resolvi não ler nem orelha de livro antes de terminar a leitura com meus próprios olhos. Eu é que gosto, eu é que acho chato.
Deve ser por isso, de tanto ler livro chato, que eu resolvi voltar a escrever por aqui. Mas desculpem se eu estiver, assim, meio chato.
ATUALIZAÇÃO: Ói que coincidência, sô!
Tentei ler O Pêndulo de Foucault, do Umberto Eco. Achei chato pra cacete e parei. Outro que achei chato — mas esse eu li até o fim — foi o Purgatório, do Tomás Eloy Martínez (que, acabo de descobrir, morreu outro dia). Dele eu tinha lido O cantor de Tango, que é um livro belíssimo. Já este último começa bem, parece que vai virar uma história interessantíssima, mas fica só na promessa. O livro muda o foco do que parece ser a história central e fica tratando dos absurdos da ditadura na Argentina etc.
Também larguei no meio, mas não por ser chato, o último do Saramago, Caim. Alguém aqui já ficou, como dizer, magoado com um autor? Pois eu estou magoado com o Saramago. Meu escritor predileto escreveu um livro repugnante. Ele escreve bem, claro, mas Caim não é um romance: é um tratado quase meramente teórico sobre o tanto que Saramago detesta Deus e a religião. Eu não sou nenhum fundamentalista, li O evangelho segundo Jesus Cristo e achei ótimo. Mas aqui não: neste último o cara chega ao nível mais baixo que eu já vi em assuntos ateísticos. Ele distorce tudo, mistura, mente, xinga, páginas e páginas pra ele manifestar ódio ateu. Fiquei com tanta raiva que joguei o livro fora. Espero que o velhinho escreva alguma coisa pra se redimir comigo antes de morrer.
Tem mais: li A grande arte, do Rubem Fonseca, e achei chato. Começa bem, mas desanda. Conheço gente que ama de paixão esse livro, então começo realmente a desconfiar que eu é que estou chato. Não, espera, eu também li o último dele, O seminarista, e gostei bastante.
E por falar em gostar, nunca tinha lido nada do Mia Couto. Aliás, até pouco tempo achava que Mia Couto era uma mulher (mais ou menos assim como todo o mundo acha de Ezra Pound). Mas fui ler Antes de nascer o mundo e, a despeito de ter achado algumas coisas chatas (ai, ai), gostei muito, já comprei outro dele e vou sair lendo o que encontrar pela frente. Fazia tempo que eu não, digamos, descobria um autor. Alguém sobre quem nunca estudei, não sei qual é o estilo, não li resenhas nem sei nada sobre a vida dele. Assim é que é bom. Recentemente resolvi não ler nem orelha de livro antes de terminar a leitura com meus próprios olhos. Eu é que gosto, eu é que acho chato.
Deve ser por isso, de tanto ler livro chato, que eu resolvi voltar a escrever por aqui. Mas desculpem se eu estiver, assim, meio chato.
ATUALIZAÇÃO: Ói que coincidência, sô!