segunda-feira, 24 de julho de 2006

Música

Oba! Já que não estou sozinho falando com o template, falemos um pouquinho de música. Estou neste exato momento ouvindo Unplugged, do Gilberto Gil. É certamente um dos melhores discos da nossa MPB. Não que eu seja um fã incondicional do Gil. Apesar de gostar bastante, não está entre meus, digamos, três ou quatro artistas preferidos. Mas este disco, ah, este disco me transporta pra qualquer outro lugar melhor que aqui. Adoro quase todas as músicas (não gosto, por exemplo, de "Refazenda"; acho muito psicodélica pro meu gosto), adoro os arranjos, acho ótimos (mesmo!) os comentários que ele faz entre uma música e outra, os músicos são excelentes. É um disco e tanto.
Outro disco da MPB que tenho ouvido com bastante carinho é o novo do Chico, Carioca. Não é do jeito que eu esperava que fosse o próximo disco do Chico. Ele tem trabalhado com letras longas, as músicas quase não têm refrão, muito jogo de palavras (coisa que eu na verdade às vezes não gosto), uma instrumentação muito refinada, harmonias estranhas e belas. Talvez influenciado pelo estilo que ele adotou ao escrever o excelente livro Budapeste. Carioca é um disco que me surpreendeu. Duas coisas principalmente: a música "Bolero Blues", que é do contrabaixista Jorge Helder, um músico brasiliense fantástico que há muito acompanha o Chico. A composição é lindíssima, toda atravessada, dissonante, e o Chico fez uma excelente interpretação dela. A outra ótima surpresa foi ele ter gravado a música "Leve", de sua autoria, a qual ele compôs para uma peça de teatro e nunca gravou. Conheci-a na belíssima voz de Carol Saboia, no Songbook do Chico. E, aliás, gosto tanto da gravação dela que ainda a prefiro. Duas músicas não me agradaram muito: "Outros sonhos", que, apesar de bonitinha, é meio cópia da ideia de outra música (esta, fantástica) do Chico, "Sonhos sonhos são", do disco As cidades (aliás maravilhoso). Outra é "Ode aos ratos", que um monte de gente gostou, mas eu não.

Esses são dois discos, afinal, um velho outro novo, que marcam muito positivamente a história da nossa música. E quem vier me dizer que moderna MPB é Ana Carolina e Seu Jorge, por favor vá catar coquinho.

E pra falar mal de alguma coisa, ontem tive o divertido desgosto de assistir à última filmagem de King Kong. É uma merda, é muito ruim, é ridículo. Aquela cena da loirinha dançando pra aplacar a fúria do macacão, ou aquela deles abraçados (?) olhando o pôr do sol são simplesmente imbecis, como o filme todo, aliás. Uma mistura de tudo de ruim que há em Titanic e Parque dos Dinossauros. Quem não viu, nem perca seu tempo. Vá ouvir Gil ou Chico.

Até.

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