sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Ah, é. Eu tenho um blogue!

Uma estorinha edificante:

Era uma princesa que vivia num castelo muito distante, num tempo mais distante ainda. Como já estava em tempo de pensar em casamento, seus pais, o Rei e a Rainha, lembraram-se do acordo que tinham com os reis de um castelo próximo de dar a mão da princesa ao herdeiro do trono vizinho.
A princesa, no entanto, gostava muito de passear pelo vilarejo e havia recentemente se apaixonado por um plebeu. Encontravam-se às escondidas, trocavam juras de amor eterno e sorrisos envergonhados. E planejavam um jeito de evitar o casamento com o príncipe herdeiro e de ficar juntos.
No dia em que o Rei anunciaria à nobreza o noivado entre sua filha e o filho dos reis vizinhos, a princesa encheu-se de coragem e declarou ao pai seu amor pelo plebeu. Escandalizados, Rei e Rainha tentaram de todas as maneiras persuadir a menina a não ser ingênua e a aceitar o bom casamento que se lhe oferecia. A princesa, no entanto, anunciou que, se fosse obrigada a se casar com o príncipe, morreria de desgosto.
O Rei e a Rainha conversaram entre si, durante um tempo, após o que o pai foi anunciar à filha sua decisão: fariam um concurso de poesia, e quem escrevesse o melhor poema ganhava a mão da princesa. O Rei sabia que o plebeu, plebeu que era, devia ser analfabeto, portanto o concurso seria fatalmente ganho pelo príncipe. A princesa, no entanto, em sua ingenuidade, quase morreu de felicidade e foi contar ao seu amado que haveria o concurso e que eles poderiam enfim se casar.
Ao ouvir a notícia, o plebeu fingiu contentamento, mas na verdade, como de fato era analfabeto, muito se entristeceu, pois sabia que perderia a disputa e a noiva. Entretanto teve uma ideia: lembrava-se de um tio seu que era poeta e morava numa cabana na floresta. Correu até a casa do tio e pediu-lhe que escrevesse um poema para o concurso. Assim, o plebeu entregaria a poesia do tio como se fosse de sua própria autoria, ganharia o concurso e a felicidade eterna ao lado da mulher amada.
Tudo foi feito como combinado e, no dia do concurso, o poema escolhido pelos jurados foi o poema do plebeu. Entre muitas palmas e aclamações, o Rei, desconfiado, disse:
— Muito bem. O ganhador do concurso, então, deve declamar seu poema em voz alta para o povo o conhecer.
Assustado, retrucou o pobre homem:
— Mas, Majestade, eu não costumo decorar os poemas que escrevo.
— Não tem problema — disse o Rei. — Você pode ler.
Aquela palavra gelou a espinha do plebeu. Seguiu-se que, naturalmente, todos descobriram a farsa que o plebeu tinha planejado, e o prenderam numa cela escura e fria, sem comida e sem água.
Alguns dias depois de preso, mal se aguentando nas pernas de tanta fome e sede, o plebeu implorou clemência aos seus carcereiros. O verdugo, no entanto, tomando de uma espada, cortou-lhe o viril membro e o serviu ao próprio plebeu acompanhado de um pão.
Sem ter alternativa, o plebeu comeu aquele sanduíche maldito, para aplacar sua fome.
Moral da história: escreveu, não leu...

4 comentários:

Anônimo disse...

Ô, Luis.

Minha curiosidade levou-me a boas risadas. Realmente surpreendente a moral da história. E muito, muito engraçada.

Abraço

Léo

Jeusa disse...

rs, muito engraçada mesmo!

oi Luis, espero que esteja tudo bem contigo... não sei se lembra de mim, mas tomei conhecimento de "seus blog's" por intermédio de um amigo... fiquei muito feliz por poder te reencontrar!
abraço

Luis disse...

Jeusa, claro que lembro de você!
Que bom que apareceu por aqui!
Como vão as coisas? Beijos!

Jeusa disse...

tudo bem, graças a Deus... quer dizer, rsrs, na medida do possível!
Tô terminando o mestrado, minha defesa será na primeira quinzena de julho... no mais, só trabalhando, escrevendo, dormindo pouco, essas coisas... rs

E vc, conte as novas... bjos