Texto traduzido mal e porcamente por mim mesmo, do blogue francês Dérapages synaptiques. Quem souber francês, vai ler no original, que é muito mais bonito.
"Saddam Hussein foi condenado à morte.
Sou contra a pena de morte, por posição filosófica e moral. Filosófica: que direito temos de nos arrogar um direito definitivo sobre a vida alheia? Moral: o que dizer dos erros da justiça? (o que não é, certamente, o caso de Saddam).
Compreendo a euforia das antigas vítimas do ditador. Entendo o argumento “antes morto que herói da resistência”. Assim como seu contrário: “atenção para não criar um mártir”. Embora os terroristas sunitas não precisem dele vivo para massacrar. Tampouco morto, porém. (Os terroristas xiitas e a Al-Qaeda, esse é outro assunto.)
É mais provável que venha a paz, com ele morto? Ninguém fala disso. Ele cometeu os piores crimes? De fato, tirando os campos de concentração sérvios, Ruanda e Darfour, não vejo por que recusar-lhe essa (des)honra.
Saddam eternizado? Não, obrigado.
Saddam pendurado? Melhor não.
Como tudo demonstra, Saddam desafia a lógica e a História. Uma singularidade da História moderna, assim como Hitler, Stalin, Pol Pot e alguns outros. Uma singularidade que torna inoperantes nossas opiniões, nossa reflexão, nossos valores. Como o Dia D, Hiroshima e Nagasaki, Auschwitz, também (*).
Só resta agora o que escolherem alguns homens.
Para o bem ou para o mal.
(* que não me venha nenhum imbecil dizer que pus tudo isso no mesmo nível moral: não é o caso. Apenas do ponto de vista da ruptura da nossa capacidade de pensar sobre o fato.)"
Nenhum comentário:
Postar um comentário