quinta-feira, 23 de novembro de 2006

Quase desistindo

Estou meio de saco cheio de fazer blogue. Acho que meus textos não ajudam ninguém, não contribuem para o desenvolvimento da humanidade, não me transformaram numa celebridade e não me trazem retorno financeiro. Nem sequer são engraçados. Esta semana as visitas ultrapassaram finalmente a marca de 1000. Mas a maioria dura 0,00 segundos. Quer dizer, o cara não gosta nem do título e já se manda pra outro lugar. Achei que o blogue fosse um espaço mais legal que o Yorkut para conversar, mas o último comentário já data de mais de mês...
Por isso, antes de apertar o comando "Excluir este blog", vou fazer uma enquete (sempre quis fazer uma!) para saber a opinião dos meus digníssimos dois ou três leitores. O primeiro que votar leva o caneco, já que eu não vou ter paciência de esperar o segundo. E não me comprometo a fazer o que a enquete apontar. Isso aqui não é uma democracia, é um blogue. Ao menos, por enquanto. Segue então a enquete.



O que o autor deve fazer deste blogue?

Transformá-lo num site de autoajuda, respondendo às perguntas feitas no Google, como a recorrente "Como lidar com o ciúme da sogra".

Anunciar seu fim e ficar aguardando os leitores implorarem para ele voltar atrás. Ninguém vai implorar, é claro.

Compilar as piadas que circulam na internet e fazer concorrência ao Kibeloco.

Escrever textos pessoais, contando minhas aventuras como prostituto, digo, professor.

Dar dicas (todas falsas) de como crackear games, roubar comunidades no orkut ou enviar spams.

Deletá-lo sem dó nem piedade. Tá, pode derramar uma lágrima.

Deixar como está, mas vê se atualiza de vez em quando, né?








sábado, 11 de novembro de 2006

Linkagem

- Excelente post do Alexandre Inagaki, lá no Pensar Enlouquece, sobre a maneira como lidamos com a morte.

- Esta menina aqui tem uns textos belíssimos. Para quem gosta de emoções fortes. Pena que já está há um tempão sem escrever, mas vá lá lendo os antigos.

- Pouca gente tem lido meus textos literários ali no De minha autoria. Acho que não está agradando muito. Devo tirá-los do ar em breve, então.

- Rodrigo de Lemos não compreende os tempos modernos. E com razão.

- Este conto da Nico (ou Ieda) ficou muito bom!

- O melhor título de post sobre o projeto de lei idiota do Eduardo Azeredo. O post está bom também.

- E a melhor caricatura sobre o mesmo projeto.

- Aqui. Bons textos sobre o Cristianismo. Mensalmente atualizado, mas com densidade para um ano.

- e, por fim, este ótimo blogue aqui, ó. Visite e comente, para dar uma força ao blogueiro que está pensando em desistir dessa merda de blogue e ir brincar no Orkut. Se achar que demorou, diga na cara.

segunda-feira, 6 de novembro de 2006

"O marco Saddam da História"

Texto traduzido mal e porcamente por mim mesmo, do blogue francês Dérapages synaptiques. Quem souber francês, vai ler no original, que é muito mais bonito.
"Saddam Hussein foi condenado à morte.

Sou contra a pena de morte, por posição filosófica e moral. Filosófica: que direito temos de nos arrogar um direito definitivo sobre a vida alheia? Moral: o que dizer dos erros da justiça? (o que não é, certamente, o caso de Saddam).

Compreendo a euforia das antigas vítimas do ditador. Entendo o argumento “antes morto que herói da resistência”. Assim como seu contrário: “atenção para não criar um mártir”. Embora os terroristas sunitas não precisem dele vivo para massacrar. Tampouco morto, porém. (Os terroristas xiitas e a Al-Qaeda, esse é outro assunto.)

É mais provável que venha a paz, com ele morto? Ninguém fala disso. Ele cometeu os piores crimes? De fato, tirando os campos de concentração sérvios, Ruanda e Darfour, não vejo por que recusar-lhe essa (des)honra.

Saddam eternizado? Não, obrigado.
Saddam pendurado? Melhor não.

Como tudo demonstra, Saddam desafia a lógica e a História. Uma singularidade da História moderna, assim como Hitler, Stalin, Pol Pot e alguns outros. Uma singularidade que torna inoperantes nossas opiniões, nossa reflexão, nossos valores. Como o Dia D, Hiroshima e Nagasaki, Auschwitz, também (*).

Só resta agora o que escolherem alguns homens.

Para o bem ou para o mal.

(* que não me venha nenhum imbecil dizer que pus tudo isso no mesmo nível moral: não é o caso. Apenas do ponto de vista da ruptura da nossa capacidade de pensar sobre o fato.)"

quinta-feira, 2 de novembro de 2006

Luta de classes

"A Polícia Civil de São Gonçalo, região metropolitana do Rio de Janeiro, prendeu na manhã desta quarta-feira Solange Ferreira Santos, 44, acusada de ter ateado fogo em uma aposentada na porta de um banco. Gessi Peixoto Gomes, 71, teve ao menos 60% de seu corpo queimado. Segundo a polícia, a acusada se revoltou porque não conseguiu receber a pensão no banco. Ela comprou gasolina, voltou à porta da agência e ateou fogo na aposentada." (Folha Online)

"O mesmo aconteceu no Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Rio de Janeiro e em vários aeroportos do país. Em Cumbica, policiais federais impediram um grupo que ameaçava agredir um piloto. Passageiros também tentaram subir nos balcões das empresas irritados porque, além dos atrasos, eles não poderiam desistir de voltar para casa, já que suas malas já haviam sido recolhidas." (CorreioWeb)

Ninguém, nos últimos vinte ou trinta dias, ouviu a mídia falar sobre filas para receber aposentadoria, nem sobre atrasos nos pagamentos de benefícios a aposentados. É pouco provável que se tenha noticiado algo sobre as filas que começam a se formar em frente às escolas públicas, com as mães acampadas na calçada para tentar obter uma vaga para os filhos. Duvido que, nos últimos dias, tenha se dado destaque na mídia para as filas de doentes nos hospitais. Aliás, para não ser injusto, a Record falou um dia desses, rapidamente, sobre as pessoas que esperam há meses, MESES, por uma prótese nas burocráticas filas do SUS.
Mas todos os dias, pelo menos umas cem vezes, ouve-se falar nas filas e atrasos nos aeroportos do Brasil. Um absurdo um cara ter que esperar duas horas, veja bem, DUAS HORAS, para ir passar uns dias à beira da praia. Há pelo menos um repórter em cada aeroporto do Brasil cobrindo a tragédia e o caos. Até mesmo um ladrão foi preso e flagrado roubando os coitados que, além de terem seu voo cancelado, ainda estão sujeitos à criminalidade que campeia nos aeroportos desse país.

Confesso que estou com vontade de sair disparando clichês por aqui: isto é um absurdo; é por isso que o país não vai pra frente; a mídia só atende aos interesses da classe dominante; o povo não tem vez nem voz etc.
Mas o que me chamou atenção nessas duas notícias aí de cima, uma do Correioweb outra da Folha Online, foi a reação dos respectivos prejudicados. Vejam que é a mesma: atacar quem não tem nada a ver com o problema, transformar a ira em agressão, demonstrar que a irracionalidade não se limita a uma ou outra classe social.
A diferença, é claro, estará no julgamento que os jornais e a sociedade farão dos respectivos atos de violência. A mulher que ateou fogo na outra é uma louca desvairada e deve ser presa e condenada (nisso, aliás, terão toda a razão). Os passageiros indignados que agrediram os funcionários das companhias aéreas e quebraram os balcões estão agindo legitimamente, lutando pelos seus direitos.
É claro que as duas situações são diferentes. Mas não tanto quanto parece.

quarta-feira, 1 de novembro de 2006

Catarro verde

"Primeira lição de informática:

software é aquilo
que você xinga,

hardware é aquilo
que você chuta." (do Catarro Verde)


ATUALIZAÇÃO: Agora, com a tecnologia da virtualização de micros, esta lição não serve mais.